A usabilidade, o desenho e os temas das publicações digitais estão obrigados a redefinir-se constantemente. O progressivo aumento do uso de ecrãs pequenos e tácteis para consumir conteúdos digitais e os resultados que os estudos salientam sobre os motivos pelos quais as pessoas decidem partilhar esses conteúdos nas redes sociais obrigam a redefinir a estratégia.
47% dos clientes consomem em média entre três a cinco artigos antes de interatuar (comprar ou contactar) com uma empresa. Definir uma estratégia de marketing de conteúdos é assim imprescindível para uma empresa que comercialize serviços ou produtos. Mas se estes conteúdos se difundirem apenas no blog corporativo estão a perder-se grandes oportunidades de engagement. Relatórios, vídeos, infografias ou reportagens são alguns dos formatos mais partilhados. Situação que multiplica as possibilidades de chegar a pessoas que não conhecem a marca mas que estão interessados no setor, no produto ou no serviço.
Elementos de conteúdo
Os especialistas em marketing de conteúdos concordam que os conteúdos devem centrar-se naquilo que interessa aos utilizadores e não na marca ou na empresa. Estudos na área da psicologia têm concluído que quanto mais positivo é o conteúdo maior é a probabilidade de ser partilhado. O humor e as histórias positivas e inspiradoras são emocionalmente contagiantes e fazem com que as pessoas reenviem esses conteúdos para a comunidade à qual pertencem. O êxitos dos emojis sorridentes é claramente um exemplo disso.
A forma de apresentar o conteúdo é tão importante como aquilo que se conta. A generalização do consumo digital nos telemóveis, que já ultrapassaram os tablets, tem obrigado a reconsiderar o desenho e a usabilidade das páginas web, bolgs e publicações digitais. A leitura num ecrã táctil alterou o padrão de leitura e generalizou-se o conceito de textos líquidos, que se adaptam ao canal de consumo. O utilizador não lê, passa os olhos pelo texto. Mesmo nos computadores, desliza, sobe, desce e aumenta o conteúdo de uma página. A estratégia do conteúdo deve, por conseguinte, não ter apenas em conta o desenho responsivo (que se adapta fisicamente aos diferentes formatos de ecrã), mas sobretudo incorporar técnicas de adaptative content.
Deste ponto de vista, os critérios focados no SEO deixaram de ser tão canónicos como os adeptos do Google Analytics afirmavam: a extensão não é importante; o artigo não será lido na íntegra. Porém, quanto mais comprido é o aartigo, maior é a probabilidade de chamar a atenção com algum dos seus elementos e maior é a duração da visita. Deste modo:
– Os títulos, quanto mais pequenos e chamativos melhor.
– Os títulos destacados em cada secção são úteis para captar a atenção do leitor e ajudá-lo a concentrar-se na leitura.
– As palavras em bold são usadas para destacar os conceitos mais importantes, mas podem tornar-se num ruído incómodo quando a leitura acontece num ecrã com uma dimensão reduzida. Além disso, não afetam o posicionamento.
– Cuidado também com o excesso de links para outros artigos. Cansam e não é habitual o leitor clicar neles.
– Os textos secundários são lidos como textos independentes.
– A inclusão do tempo de leitura estimada do texto geralmente não é realista. No caso de ser demorada, desanima a leitura.
Por fim, convém salientar a importância em não esquecer o branding: o logótipo, um link para o website e para as redes sociais, dados de contacto, etc. Desta forma, quando o artigo for partilhado não deixará de ficar associado à marca. Não devemos esquecer que o conteúdo tem o objetivo de atrair e fidelizar clientes. Se ainda não dispõe de um logótipo ou precisa frequentemente de desenhos personalizados, existem ferramentas muito económicas para o ajudar, como TailorBrands.
Elementos de usabilidade
São muitos os aspetos que se podem incluir numa publicação digital para melhorar a leitura e potencializar a difusão. Desde incluir botões para partilhar os artigos nas redes sociais a um sumário de conteúdos no famoso menu hamburguesa. Alguns dos aspetos que não se deve deixar passar são os seguintes:
Mudança de página: selecionar um elemento que saliente a mudança de página como numa publicação impressa ou incluir a possibilidade de se optar entre ver uma ou duas páginas conseguem romper com a rotina de uma leitura de cima a baixo.
Thumbnail: as miniaturas facilitam a navegação através das páginas. O melhor é fazê-lo da forma mais simples possível e utilizar as imagens que melhor se adaptem ao conteúdo.
Tempo de carregamento e visibilidade: esperar muito tempo para que todos os elementos da página se carreguem faz com que os leitores percam o interesse, sobretudo nos dispositivos móveis, pelo que se deve procurar que isto não aconteça. Além disso, devemos assegurar-nos que a página está otimizada para estes dispositivos.
Elementos de desenho
Um conteúdo visual vistoso é cada vez mais importante para captar a atenção do cliente ou do utilizador. Para além das fotos, existem inumeráveis recursos gráficos que se podem incluir nas publicações para as tornar mais chamativas, desde o tipo de letra a vídeos e infografias. É muito fácil incluir esses elementos nas nossas publicações graças às apps, os programas e o software disponível atualmente. Indicamos de seguida alguns recursos que talvez nunca tenha pensado incluir nas suas publicações:
Vídeo incrustado: se não dispomos de vídeos de produção própria, podemos inserir um vídeo de plataformas como Youtube usando o código que essa mesma plataforma proporciona.
Arquivos swf e gif: os swf (sigla de formato web pequeno, em inglês) e os gif são pequenas animações que dinamizam as publicações. Por exemplo, um gif de progresso pode explicar a evolução de um produto. A Giphy é a plataforma mais conhecida para procurar gifs para as nossas publicações.
Galerias de imagens ou slides: permitem incluir um grande número de imagens num único espaço navegando através de flechas. São muito úteis para mostrar diferentes produtos.
Esboços ou notas: outro recurso gráfico que funciona muito bem são os desenhos simples que imitam as notas escritas à mão. Com o programa de edição de imagens PicMonkey podemos transformar em desenhos as nossos fotos, logos ou acrescentar textos.
Gráficos: se necessitar incluir dados nas suas publicações, a forma mais chamativa é apresentá-los em forma de gráficos, infografias ou mapas. Os estudos demonstram que este recursos gráficos aumentam entre 16% e 34% a participação do leitor, além de aumentar até 100% a duração média da sessão. Há software gratuito de desenho gráfico, como Venngage, Infogram ou Powtoon. Outros programas, como Visme, permitem inclusive criar gráficos animados.
Tipografia: o texto também pode ser um elemento gráfico, sozinho ou em combinação com imagens. Além dos programas de edição fotográfica, apps como PicLab permitem juntar uma capa de texto a uma foto para a personalizar.
Memes: a combinação de imagens com textos humorísticos é um dos elementos mais virais nas redes sociais. Podem ser usados para acrescentar um toque de humor a uma publicação e captar a atenção do leitor. Em revistas de comunicação interna servem para captar a atenção de empregados e clientes. São muito fáceis de fazer com o Makeameme, por exemplo.
O conteúdo visual que decida incluir nas suas publicações pode tornar-se no elemento diferenciador em relação à concorrência e, por extensão, no elemento distintivo da marca e da empresa. Criar conteúdo atrativo é cada vez mais simples.
Foto: Taras Shypka
Tags: openmags, openmags